Peixe-leão é encontrado pela primeira vez na costa da Bahia

Peixe-leão foi encontrado em Morro de São Paulo
Foto: Redes sociais

Em uma descoberta inédita, um peixe-leão (Pterois volitans), espécie exótica e invasora, foi capturado na região de Morro de São Paulo, no Baixo Sul da Bahia. A captura ocorreu durante uma operação de monitoramento realizada por uma equipe multidisciplinar do Governo do Estado, composta por biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O exemplar foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) para análises em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). 


O peixe-leão, nativo da região Indo-Pacífico, foi registrado no Brasil pela primeira vez em 2014, no litoral do Rio de Janeiro. Desde 2022, há registros da espécie entre os litorais de Pernambuco e Alagoas. A presença desse peixe na costa baiana levanta preocupações ambientais, pois ele não possui predadores naturais no Atlântico e apresenta uma alta taxa de reprodução. Isso pode causar desequilíbrios nos ecossistemas marinhos, afetando populações de peixes e crustáceos essenciais para a pesca local. 


Após a captura, o governo notificou prefeituras da costa baiana, órgãos ambientais, a Secretaria da Saúde, a Bahia Pesca e a Marinha do Brasil. Medidas emergenciais estão sendo implementadas para controlar a possível expansão da espécie. O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins, destacou que já existe uma frente multidisciplinar de atuação que será ampliada para o estudo e controle do peixe-leão, seguindo diretrizes do Ministério do Meio Ambiente. 


O exemplar capturado mede cerca de 10 centímetros e possui aproximadamente um ano de vida. Embora visualmente atraente, com corpo listrado em tons de branco, vermelho, laranja e marrom, o peixe-leão representa uma ameaça significativa à biodiversidade local. Além dos impactos ecológicos, ele possui 18 espinhos venenosos que, embora não sejam fatais para pessoas saudáveis, podem causar dor intensa, náuseas e reações alérgicas. Em caso de contato acidental, é recomendado lavar a área afetada com água quente e procurar atendimento médico imediato. 


As autoridades ambientais solicitam que pescadores, mergulhadores e banhistas fiquem atentos e comuniquem qualquer avistamento do peixe-leão. A recomendação é não tentar capturá-lo. Em caso de pesca acidental, o peixe não deve ser devolvido ao mar. Os registros podem ser informados ao Inema através do Disque Denúncia: 0800.071.1400, e-mail: denuncia@inema.ba.gov.br ou WhatsApp para resgate: (71) 99661-3998. 


A origem do peixe-leão capturado ainda está sendo investigada. Há suspeitas de que ele tenha chegado à região através das correntes marítimas, vindo de estados como Pernambuco, onde já há registros da espécie. Outra hipótese é que o exemplar seja fruto de reprodução local, o que indicaria a presença de outros indivíduos na costa baiana. A colaboração da comunidade é essencial para o monitoramento e controle dessa espécie invasora, visando proteger os ecossistemas marinhos e a saúde pública. 


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